Hoje vamos falar de um assunto diferente de Ergonomia mas muito ligado a saúde de todos:
A PROIBIÇÃO DE PRODUTOS COM MERCURIO É EXTREMAMENTE NECESSÁRIA PARA A SAUDE DE TODA NOSSA POPULAÇÃO
Infelizmente, muitas pessoas não compreendem o perigo e os riscos aos quais estão expostas e, por esse motivo, trazemos em nosso site o maior numero possível de informações.
Este é um dos casos. Vamos justificar, explicar e parabenizar a ANVISA por essa nova proibição.
Para isso, trazemos algumas informações simples para que todos possam entender, compartilhar e se proteger. O texto é longo para que possa ser compreendido pois são muitas informações importantes a serem apresentadas.
TOXICOLOGIA
A toxicologia é uma ciência multidisciplinar que tem como objeto de estudo os efeitos adversos das substâncias químicas sobre os organismos.
Tudo é composto por elementos químicos. Nestes artigos traremos um resumo de cada elemento com seu potencial grau de toxicidade.
Como todos sabem, a Tabela Periódica é um modelo que agrupa todos os elementos químicos conhecidos e suas propriedades. Nessa tabela estão organizados em ordem crescente correspondente aos números atômicos (número de prótons).
Temos atualmente 116 elementos sendo 7 não metais (H,C, N, O, Se, P,S) e a série de Halogênios e Gases Nobres
Qualquer elemento pode ser passivo de causar uma intoxicação em um determinado organismo, tudo dependendo da interação com o mesmo.
Os metais talvez sejam os agentes tóxicos mais conhecidos pelo homem. Há aproximadamente 2.000 anos a.C., grandes quantidades de chumbo eram obtidas de minérios, como subproduto da fusão da prata e isso provavelmente tenha sido o início da utilização desse metal pelo homem.
Todas as formas de vida são afetadas pela presença de metais dependendo da dose e da forma química. Muitos metais são essenciais para o organismo como sódio, potássio, cálcio, ferro, zinco, cobre, níquel e magnésio, sendo requeridos em baixas concentrações e, dependendo da forma e da dose, também podem danificar os sistemas biológicos.
No meio ambiente, temos o que chamamos de micro-contaminantes ambientais como arsênico, chumbo, cádmio, mercúrio, alumínio, titânio, estanho e tungstênio
Há, também, os elementos essenciais e simultaneamente micro-contaminantes: cromo, zinco, ferro, cobalto, manganês e níquel.
Resumidamente – Cada metal pode vir a apresentar um efeito benéfico ou toxicológico específico sobre determinado ser vivo. tudo depende da gestão para ter um real posicionamento .
Na toxicologia são estudados, dentre outros, o que chamamos de METAIS PESADOS.
Metal pesado é um conceito muito usado em nosso dia a dia.
Na Tabela Periódica, não temos especificamente a divisão de Metais Pesados.
Ao longo das últimas décadas, diversos pesquisadores e autores reportaram definições para metal pesado. Duffus (2002), em um relatório técnico apresentado à União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), relatou os resultados de uma extensa revisão bibliográfica sobre as definições de metal pesado. Em relação às propriedades químicas, as principais definições identificadas foram:
– Massa específica: metais pesados apresentam massa específica elevada, sendo maior ou igual a um determinado valor de referência que, em função de cada publicação, varia entre 3,5 e 7,0 g/cm3;
– Massa atômica: metais pesados apresentam elevada massa atômica, sendo o sódio (massa atômica igual a 23) usado como referência;
– Número atômico: metais pesados apresentam elevado número atômico, sendo o cálcio (número atômico igual a 20) usado como referência.
Além das propriedades químicas utilizadas nessas definições, outros autores destacam aspectos importantes a serem considerados na conceituação de metal pesado. Hawkes (1997) observou que, além da elevada massa específica, existiam outras propriedades importantes para a sua definição: a formação de sulfetos e hidróxidos insolúveis, a formação de sais que geram soluções aquosas coloridas e a formação de complexos coloridos. Para efeito de informação mencionamos que a principal técnica de remoção de metais no tratamento de efluentes industriais é a precipitação, geralmente com a elevação do pH e a formação de hidróxidos insolúveis. De forma geral, para a maioria dessas classificações, o conceito metal pesado está associado com propriedades químicas que não expressam seu potencial tóxico.
Outro fator que tem sido utilizado nessas classificações são os impactos ao ambiente e à saúde humana decorrentes do descarte de metais fizeram com que fatores ambientais e toxicológicos fossem associados à definição de metal pesado. Esses argumentos indicaram a necessidade de uma articulação multi/interdisciplinar de conceitos para melhor descrever a atual compreensão dos metais pesados. A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos das interações das substâncias com os seres vivos (Moraes et al., 1991). Com o estudo da toxicologia, constatou-se que cada metal pode vir a apresentar um efeito toxicológico específico sobre determinado ser vivo. Além disso, outros fatores, como biodisponibilidade e espécie química, influenciam na toxidade de um elemento químico (Valls e Lorenzo, 2002).
Outros fatores, como biodisponibilidade e espécie química, também são rigorosamente estudados pois influenciam na toxidade de um elemento químico (Valls e Lorenzo, 2002).
Os efeitos tóxicos dos metais sempre foram considerados como eventos de curto prazo e agudos Atualmente, estudamos as ocorrências a curto, médio e longo prazo e, evidentemente, os efeitos agudos.
Hoje atuamos severamente nos critérios de prevenção usados em saúde ocupacional e de monitorização ambiental utilizando a biomonitorização como indicador biológico de exposição. Determinação quantitativa da substância ou seu produto de biotransformação,assim como monitoramento bioquímico observado nos fluídos biológicos, tecidos ou ar exalado, para monitorar a intensidade da exposição e/ou a intensidade dos seus efeitos.
Recentemente, tem sido noticiado na mídia escrita e falada a contaminação de adultos, crianças, lotes e vivendas residenciais, com metais pesados, principalmente por chumbo e mercúrio. Contudo, a maioria da população não tem informações precisas sobre os riscos e as conseqüências da contaminação por esses metais para a saúde humana.
Para ilustração mencionamos o caso ocorrido em Bauru, SP, que é um dos exemplos dessa contaminação. A Indústria de Acumuladores Ajax, uma das maiores fábricas de baterias automotivas do país localizada no km 112 da Rodovia Bauru-Jaú, contaminou com chumbo expelido pelas suas chaminés 113 crianças, sendo encontrados índices superiores a 10 miligramas/decilitro (ACEITUNO, 18-04-2002).Foram constatados ainda a contaminação de animais, leite, ovos e outros produtos agrícolas, resultando em um enorme prejuízo para os proprietários. Um dos casos mais interessantes foi o de uma criança de 10 anos, moradora de um Núcleo Habitacional localizado próximo à fonte poluidora. Desde os sete meses de idade sofria de diarréia e de deficiência mental. Somente após suspeitas dessa contaminação, em 1999, quando amostras do seu sangue foram enviadas a dois centros toxicológicos nos Estados Unidos, é que foi constatada a intoxicação por chumbo, urânio, alumínio e cádmio (ACEITUNO, 18-04-2002).
Outro caso, na cidade de Paulínia, em SP, e o bairro Vila Carioca também foram contaminados pela Shell Química do Brasil. Em Paulínia, dos 166 moradores submetidos a exames, 53% apresentaram contaminação crônica e 56% das crianças revelaram altos índices de cobre, zinco, alumínio, cádmio, arsênico e manganês. Em adição observou-se também, a incidência de tumores hepáticos e de tiróide, alterações neurológicas, dermatoses, rinites alérgicas, disfunções gastro-intestinais, pulmonares e hepáticas (GUAIUME, 23-08-2001).
Dos 2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais perigosos gerados anualmente no Brasil, somente 600 mil toneladas recebem tratamento adequado, conforme estimativa da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento, Recuperação e Disposição de Resíduos Especiais (ABETRE). Os 78% restantes são depositados indevidamente em lixões, sem qualquer tipo de tratamento (CAMPANILI, 02-05-2002).
Recentemente a companhia Ingá, indústria de zinco, situada a 85 km do Rio de Janeiro, na ilha da Madeira, que atualmente está desativada, transformou-se na maior área de contaminação de lixo tóxico no Brasil. Metais pesados como zinco, cádmio, mercúrio e chumbo continuam poluindo o solo, a água e atingem o mangue, afetando a vida da população. Isso ocorreu porque os diques construídos para conter a água contaminada não têm recebido manutenção há cinco anos, e dessa forma os terrenos próximos foram inundados, contaminando a vegetação do mangue.
O grande desastre de repercussão mundial – Minamata, Japão, 1956.
No dia 21 de abril, uma criança com disfunções do sistema nervoso dá entrada no Hospital Shin Nihon Chisso. Logo em seguida, no dia 1o de maio, quatro outros pacientes com sintomas similares aparecem no Centro de Saúde Pública de Kumamoto. Esta última acabou sendo a data oficial da descoberta do Mal de Minamata, doença cerebral causada pela ingestão de mercúrio.
No Japão, uma Indústria lançava dejetos contendo Mercúrio na baía da Minamata desde 1930.
Somente 20 anos depois, começaram surgir sintomas de contaminação: peixes, moluscos e aves morriam.
Em 1956 foi registrado o primeiro caso de contaminação humana – uma criança com danos cerebrais
Vídeo – http://www.videomoviles.com/QK8qT5G_hRY/desastre-de-minamata/
Hoje vamos falar do MERCÚRIO
MERCURIO (Hg 80)
Mercúrio é um metal líquido à temperatura ambiente (metálico)
Símbolo: Hg
Massa atômica: 200,59 u
Ponto de fusão: -38,83 °C
Ponto de ebulição: 356,7 °C
Número atômico: 80
O mercúrio pode se apresentar de 3 formas:
- o mercúrio metálico;
- os sais inorgânicos;
- e os sais orgânicos.
A forma de sais orgânicos é a mais perigosa porque 90% da quantidade ingerida chega a ser absorvida. Já na forma metálica, somente 10% é absorvida.
Além da ingestão, outro perigo do mercúrio vem do fato de poder ser absorvido em praticamente todos as mucosas e os epitélios do nosso corpo.
Resumindo: a intoxicação por mercúrio pode resultar da inalação, da injeção e da absorção por meio da pele.
Os compostos orgânicos de mercúrio (especificamente o metilmercúrio) se concentram à medida que avançam na cadeia alimentar, em um processo chamado de bioacumulação.
Peixes de águas contaminadas são as fontes mais comuns. A poluição por mercúrio industrial é muitas vezes na forma inorgânica, mas os organismos aquáticos e a vegetação em cursos de água — como rios, lagos e baías — são capazes de convertê-lo no altamente tóxico metilmercúrio.
Devido à bioacumulação, muitos desses peixes acabam adquirindo concentrações elevadíssimas de mercúrio. Nem mesmo os métodos de cozimento mais vigorosos (ferver, fritar e assar, por exemplo) são capazes de remover o perigoso metal.
Resumo básico de intoxicação por Hg
Sintomas
Os sintomas de intoxicação por mercúrio são diversos e numerosos, o que dificulta os processos diagnósticos sendo que muitas vezes o paciente nem chega a ter um diagnóstico suspeito de intoxicação. As intoxicações podem ocorrer rapidamente ou após um longo período de exposição. Os sintomas são dependentes da dose: ocorrem e progridem mais aceleradamente quanto maior a dose de mercúrio encontrada na circulação sanguínea.
A exposição às várias formas de mercúrio pode resultar em alguns sintomas semelhantes e em alguns sintomas diferentes e, algumas vezes, são mascarados um pelo outro dificultando ainda mais o diagnóstico. Os sintomas podem ser agrupados em 3 categorias, com base na forma de toxicidade do mercúrio:
Mercúrio metálico e vaporizado
Mudanças bruscas de humor, nervosismo, irritabilidade, insônia, dor de cabeça, sensações anormais, espasmos musculares, tremores, fraqueza, atrofia muscular e diminuição das funções cognitivas.
Exposições a altas concentrações de mercúrio metálico podem também causar mau funcionamento dos rins, insuficiência respiratória e morte.
Mercúrio orgânico
O envenenamento do mercúrio causa disfunções neurológicas, especialmente em fetos.
Outros sintomas incluem a perda de visão periférica, perda de coordenação, fraqueza muscular e deficiências de fala e de audição.
Mercúrio inorgânico
A intoxicação de mercúrio inorgânico causa frequentemente erupções cutâneas e inflamação (dermatite).
Grandes quantidades de mercúrio inorgânico ingeridas também podem causar diarreia sangrenta. Caso seja absorvido pelo organismo, podem causar alterações mentais, incluindo mudanças patológicas de humor e perda de memória.
Efeitos no organismo
As alterações orgânicas causadas pelo mercúrio já são muito bem compreendidas. Em tecidos com alto consumo de oxigênio como o cérebro e a pele, os efeitos são mais exacerbados devido ao grande estresse oxidativo sofrido.
A contaminação com Mercúrio pode levar ao acúmulo deste metal no organismo, afetando principalmente os rins, o fígado, o aparelho digestório e também o sistema nervoso central podendo ser uma situação muito grave, que precisa de acompanhamento médico por toda a vida.
A intoxicação causada pelo mercúrio é silenciosa e pode levar meses ou anos para se manifestar através de sinais como:
- Fraqueza, cansaço frequente;
- Perda do apetite e consequente emagrecimento;
- Úlcera no estômago ou no duodeno; danos renais;
- O contato direto pode causar irritação na pele e inchaço na pele.
Quando existe neurotoxidade devido ao acumulo de mercúrio no sistema nervoso central pode haver:
- Nervosismo, ansiedade, irritabilidade; mudanças de humor;
- Apatia ou agressividade, confusão mental;
- Insônia, pesadelos frequentes;
- Esquecimentos e lapsos de memória;
- Dor de cabeça, enxaqueca, dor nos músculos;
- Tontura, labirintite; delírio, alucinações, tendência à suicídio;
- Dentes fracos e quebradiços, ou moles, com tendência à queda.
Todas estas alterações podem acontecer quando há exposição à altas concentrações de mercúrio, maior que 20 microgramas por metro cúbico, o que pode ser atingido com o passar do tempo durante o trabalho ou através da alimentação.
A contaminação especialmente pelo metilmercúrio, é especialmente grave durante a gravidez porque este metal pode afetar o desenvolvimento do cérebro do bebê e as alterações que a contaminação que o mercúrio provoca são permanentes, e não desaparecem mesmo após cessar à exposição a este metal.
Tratamento
Dependendo do tipo de intoxicação x exposição, algumas medidas podem ser ministradas.
Para o envenenamento por mercúrio inorgânico agudo, é realizada a quelação pode ser feita com ácido dimercaptosuccínico (DMSA), DMPS (DMPS), D-penicilamina (DPCN) ou dimercaprol (BAL). Só DMSA é aprovado pelo FDA para usar em crianças para o tratamento de intoxicação por mercúrio. No entanto, vários estudos não encontraram nenhum benefício clínico resulta do tratamento DMSA para o envenenamento devido ao vapor de mercúrio. Quelação inadequada com EDTA pode ser fatal a crianças. Outros quelantes podem ser ministrados rigorosamente monitorados.
Para as intoxicações crônicas, o grande problema é a falta do diagnóstico precoce. É necessário afastar o agente contaminante o que nem sempre é conhecido ou detectado. A intoxicação crônica as vezes se manifsya anos mais tarde (MINAMATA – 20 anos)
Muitos dos efeitos tóxicos do mercúrio são parcialmente ou totalmente reversível através da eliminação natural da exposição de metal, após muitos meses sem consumi-lo. Os organo-mercuriais são cumulativos no organismo humano e com pouquíssimas possibilidades de eliminação.
Quelante para aqueles com exposição a longo prazo não têm benefício claro https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3846971/
A exposição prolongada ou pesada pode causar danos irreversíveis, em especial em fetos, lactentes e crianças pequenas.
Estima-se que na região mineradora da Amazônia cerca de 1,7% (17 a cada 1000) nascidos em regiões pescadoras sofrem problemas cognitivos por intoxicação de mercúrio http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/78130/9789243596570_spa.pdf;jsessionid=496336C97C670E0843F8AD9F03E454D4?sequence=1
Bebês são especialmente vulneráveis podendo já nascer com retardo mental e problemas de visão, audição e fala se a mãe consome frutos do mar com muito mercúrio durante a gravidez ou lactância. https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/mercury-and-health
Algumas formas de exposição:
1. Em pessoas que trabalham com mercúrio:
Em indústrias de mineração, garimpo de ouro e em fábricas de cloro-soda e lâmpadas fluorescentes. Esta contaminação geralmente ocorre através da inalação do mercúrio.
A concentração de mercúrio no ar altera-se de acordo com a temperatura, sendo que a evaporação é maior quanto mais elevada for esta última.
A absorção do vapor de mercúrio se dá principalmente por via pulmonar, através da inalação. Segundo Foá (1986), a percentagem de retenção nos pulmões varia de 74 a 80%.
O mercúrio é levado dos pulmões pelo sangue e se distribui no organismo, acumulando-se nos rins, sistema nervoso central, fígado, medula óssea, vias aéreas superiores, pele, parede intestinal, glândulas salivares, coração, músculos e placenta.
A eliminação de mercúrio no organismo é feita principalmente através dos rins.
Segundo Foá (1985), existe uma variabilidade individual significativa nos grupos ocupacionalmente expostos.
A correlação entre exposição diária (avaliada pela concentração de mercúrio ambiental) e mercúrio na urina (e também no sangue), em um mesmo dia, é muito pobre e, em alguns casos, inexistente, o que prova que a concentração na urina, assim como no sangue, no fim da jornada de trabalho, não reflete a exposição ocorrida naquele dia.
O mercúrio em baixas concentrações pode levar a uma intoxicação crônica.
O quadro clássico atinge o aparelho gastrintestinal, o sistema nervoso e as funções psíquicas, cujas alterações variam de quadros leves a muito graves.
O quadro gastrintestinal manifesta-se por lesões orais, do estômago, intestinos e fígado.
A gengivite é o distúrbio mais comumente encon trado. Também ocorrem queixas de desagradável gosto amargo ou metálico na boca, sialorréia, ulcerações orais e amolecimento dos dentes. É comum a ocorrência de faringite inespecífica.
Outras manifestações encontradas são a gastrite e a gastroduodenite (Encyclopaedia of Occupational Health and Safety, 1989).
O quadro neurológico pode manifestar-se por tremores, alterações das sensibilidades dolorosa, térmica e tátil, alteração dos reflexos, da coordenação motora e até parkinsonismo.
O quadro psíquico constitui-se em uma constelação de alterações de personalidade que Foá e Caimi (1981) denominaram de eretismo psíquico.
Estes autores referem que os sinais típicos e precoces da intoxicação crônica por mercúrio são irritabilidade, alteração da sociabilidade, insônia, ansiedade, timidez, labilidade emocional e, nos casos mais graves, diminuição da atenção e da memória, até chegar a um processo de despersonalização geral.
Em um estudo com pacientes expostos ao mercúrio metálico, Vroom & Greer (1972) encontraram dados sobre ansiedade e depressão em todos os casos, além de insônia, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração, insegurança e diminuição das habilidades sociais. Para Alonso (1972), as primeiras alterações psíquicas que aparecem nas intoxicações crônicas integram uma síndrome neurasteniforme cujos elementos mais significativos são a astenia e a irritabilidade, além de cefaléia, vertigens, diminuição da memória, entre outros. Caso persista a exposição ao tóxico, o quadro evolui para uma psicossíndrome orgânica.
Às vezes, tal síndrome manifesta-se por uma perda de iniciativa e espontaneidade, bem como por dificuldades de lidar com situações que transcendam o imediato e o cotidiano
Efeitos da Exposição Ocupacional ao Mercúrio em Trabalhadores de uma Indústria de Lâmpadas Elétricas Localizada em Santo Amaro, São Paulo, Brasil http://www.scielo.br/pdf/csp/v9n2/02.pdf Cecília Zavariz / Débora Miriam R. Glina
2. Através do meio ambiente, consumindo água ou peixes contaminados:
Esta contaminação é mais frequente em populações ribeirinhas, como ocorre na Amazônia, local de garimpo e de grande uso de mercúrio, mas também pode afetar qualquer pessoa que consuma água ou alimentos contaminados com este metal, em caso de acidentes ambientais.
Peixes que contém mercúrio devem ser evitados
Alguns peixes de água doce e salgada são fontes naturais de mercúrio, mas estes possuem pequenas quantidades que geralmente não são nocivas à saúde.
– Peixes que possuem um menor risco de contaminação por este metal são:
Tambaqui, jatuarana, pirapitinga e pacu: porque se alimentam de sementes e frutos;
Bodo, jaraqui, curimatã e branquinha: porque se alimentam de micro-organismos e lama do fundo dos rios;
Aruanã, pirarara, cará, mandi, matrinchã e cuiucuiu: porque se alimentam de insetos e plânctons.
– Peixes que podem ter um maior risco de contaminação são:
Dourado, piranha, tucunaré, surubim, pescada e pintado: porque se alimentam de outros peixes menores.
Em caso de acidentes ambientais, quando há contaminação com mercúrio em determinada região todos os peixes provenientes das áreas afetadas não devem ser consumidos porque podem conter doses elevadas de mercúrio em sua carne, o que pode provocar intoxicação no homem.
3- Através de medicamentos, acessórios, veículos diversos e contato direto como por exemplo o mercúrio do termômetro.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:
Pode ser feito por sangue e urina para intoxicações recentes ou no cabelo para intoxicações ao longo dos meses.
Um nível normal de mercúrio é inferior a 10 ug/L (microgramas/litro) e menos do que 20 ug/L em urina.
A concentração de mercúrio no plasma e hemácias podem diferenciar o tipo de mercúrio, pois o mercúrio orgânico nas é cerca de 20 vezes do que no plasma e a concentração de mercúrio inorgânico é apenas cerca de duas vezes mais, no máximo, do que a encontrada no plasma.
Segundo a Organização Mundial da Saúde a concentração máxima de mercúrio no cabelo deve ser inferior a 7 (µg/g).
Outros exames também podem ser necessários como por exemplo ressonância magnética, eletroencefalograma, exames hormonais e exames específicos para cada órgão, dependendo dos tecidos afetados.
É urgente que se elimine todo e qualquer medicamento, alimento, procedimento etc que contenha mercúrio, qualquer que seja sua forma.
Convenção de Minamata sobre Mercurio – http://brasgolden.com.br/pagina.php?id_pagina=38452#.XDdtp9JKjIU
Conservante utilizado em vacinas tem potencial tóxico aos rins, mostram análises- Timerosal, substância que contém mercúrio e é utilizada como conservante em vacinas, é tóxico aos rins e tem meia-vida de mais de 45 dias no organismo animal – https://jornal.usp.br/ciencias/conservante-utilizado-em-vacinas-tem-potencial-toxico-aos-rins-mostram-analises/
Thimerosal-Derived Ethylmercury Is a Mitochondrial Toxin in Human Astrocytes: Possible Role of Fenton Chemistry in the Oxidation and Breakage of mtDNA – https://www.hindawi.com/journals/jt/2012/373678/
Célia Wada