VALE DO PARAÍBA VAI RECEBER R$ 3 BI EM FLORESTAS

Por Stella Fontes | De São Paulo

 

Com vistas a restaurar e recuperar a Mata Atlântica na porção paulista do rio Paraíba do Sul, a Associação Corredor Ecológico do Vale do Paraíba deverá aplicar, até 2020, cerca de R$ 3 bilhões no plantio de espécies nativas e de eucalipto na região. A associação, que não tem fins lucrativos e nasce oficialmente hoje, estima que serão plantadas 200 milhões de árvores até 2020. “É uma meta enorme”, diz o presidente da entidade e do conselho de administração da Fibria, José Luciano Penido.

 

O valor estimado para o investimento de longo prazo toma como base o custo de R$ 15 para plantio e cuidados com a árvore nos cinco primeiros anos, período considerado crucial para seu pleno desenvolvimento. Os recursos, conforme Penido, serão levantados junto à sociedade, por meio de doações de pessoas físicas e empresas no site www.corredordovale.org.br.

 

De acordo com Penido, o projeto começou a ser idealizado em 2006, com a proposta de interligação das serras do Mar e da Mantiqueira. “Isso com a preservação do recurso hídrico.” Em 2009, a associação foi constituída e, no ano seguinte, tiveram início as atividades de plantio. Nessa primeira temporada, foram plantadas 380 mil árvores – o equivalente a cerca de 180 hectares. “Ainda é pouco em relação ao que nos propusemos, mas vamos crescer”, diz.

 

Com o lançamento oficial da associação hoje, a meta é mobilizar as empresas, especialmente aquelas com atuação na região, para o projeto. “O objetivo não é promover a filantropia”, afirma. “Mas fazer com que as companhias desenvolvam projetos a partir dessa iniciativa.” Uma montadora, por exemplo, poderia vender um carro com uma determinada quilometragem neutralizada (em termos de carbono) a partir do envolvimento com o projeto, diz Penido.

 

Hoje, além da Fibria, participam da associação os institutos Tomie Ohtake, Ethos e Oikos; Fundação SOS Mata Atlântica; AMCE Negócios Sustentáveis; Santander; e Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul. A Suzano Papel e Celulose apoia o projeto.

 

A Price waterhouseCoopers, conforme Penido, realiza um trabalho voluntário de auditoria na prestação de contas. “Ela é sócia como auditor pro bono”, explica o executivo. “Isso dá mostras da seriedade do nosso projeto”.

 

A Fibria tem uma unidade em Jacareí e está entre as duas maiores empresas florestais do Vale, junto à Suzano. Os maiores maciços florestais da Fibria estão no Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso do Sul.

 

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Todos juntos, por um Vale que Vale!

 

Osny Telles Orselli

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