COMO ESPECIFICAR UM MOBILIÁRIO PARA SALA LIMPA

Especificação de mobiliário e acessórios para Salas Limpas

Este artigo tem a finalidade de dar uma pequena orientação para a adequação correta de mobiliários e acessórios utilizados nas chamadas Salas Limpas.

Em primeiro lugar, vamos esclarece o que é uma Sala Limpa:

O que é uma sala limpa – Resumidamente, Salas Limpas ou em inglês “Clean rooms”, são ambientes controlados utilizados para testes ou manufatura de produtos onde acontaminação por partículas presentes no ar interfere no resultado. Necessárias em laboratórios químicos, indústrias de medicamentos, alimentos, correlatos, locais onde se manufaturam satélites espaciais, centros cirúrgicos, entre outros.

É um local onde é necessário quantificar e mensurar o tamanho das partículas em suspensão. Com um bom “Sistema de Ar Condicionado” e fluxo de ar turbulento com filtros absolutos HEPA, a eficiência pode chegar a 99,93%. Existem três objetivos principais na utilização de condicionamento de ar para salas limpas: manter a temperatura estável, controlar o nível de umidade e garantir a qualidade do ar com filtros sempre dependendo da necessidade local.

Testes de esterilização ambiental com contagem microbiológica também são necessários em muitos procedimentos

Em alguns casos é necessário, inclusive, que materiais tenham a propriedade de condução elétrica ou dissipação eletrostática ou seja, anti estáticos, dada a sensibilidade dos processos.

As Salas Limpas podem ser de variados tamanhos. Algumas são bastante grandes. Usadas em grandes laboratórios, em biotecnologia ou na indústria eletrônica, a produção inteira pode estar concentrada em uma única Sala Limpa.

O material utilizado nas Salas Limpas é desenhado para evitar produzir contaminação do ar. O mobiliário é feito com materiais especiais, que não liberam poluentes e facilitam a limpeza.

A especificidade do material depende da necessidade da área limpa em questão. Algumas Salas Limpas controlam a umidade em níveis tão baixos que precisam contar com equipamentos ionizadores para evitar descargas eletrostáticas assim como cadeiras e bancos antiestáticos.

Para classificação de salas limpas foram adotados padrões preconizados pela International Standards Organization (ISO) e pelas normas dos EUA de Serviços Gerais de Administração (conhecido como FS209E). No entanto, como a necessidade de padrões internacionais cresceu, a ISO criou uma comissão técnica e vários grupos de trabalho para delinear o seu próprio conjunto de normas.

A FS209E contém seis classes, enquanto o sistema de classificação ISO 14644-1 acrescenta dois padrões mais limpos e mais sujo

A sala limpa “limpa” em FS209E é referido como Classe 1 e a “mais suja” sala limpa é uma Classe 100 000.

Na ISO, salas limpas são classificadas de acordo com a quantidade de partículas de tamanhos específicos existentes por metro cúbico.

A sala limpa “limpa” é uma classe 1 e a “mais sujo” uma classe 9. A ISO classe 3 é aproximadamente igual a FS209E classe 1, enquanto o Classe ISO 8 é aproximadamente igual FS209E classe 100.000.

As cadeiras e bancos especiais para suas Salas Limpas podem ser dimensionados pela nossa equipe técnica. Temos especialistas e equipe médico – sanitária que poderão lhes ajudar.

Com base nessa breve explicação concluimos que há variações quanto à especificação técnica dos materiais que podem ser utilizados em uma Sala Limpa.

Resumidamente podemos dizer que sala limpa é um ambiente controlado rigorosamente e estritamente limpo.

Para saber mais sobre Salas Limpas – Clean Rooms entre nos links específicos abaixo.

QUANTO AO MOBILIÁRIO E ACESSÓRIOS A SER ESPECIFICADO:

Uma das grandes dificuldades é a escolha do mobiliário em conformidade com as especificações sanitárias para área limpa, principalmente as cadeiras e bancos que devem ser facilmente higienizáveis.

Para isso, os componentes podem ser de ser de AÇO INOX AISI 304, alumínio e mesmo Aço Carbono fosfatizado com posterior pintura em epóxi por processo de fusão, dependendo da necessidade e agressividade dos produtos utilizados o que irá conceder uma maior ou menor durabilidade ao produto.

PORÉM, FIQUE ATENTO: O AÇO INOX DEVE TER TEOR DE CROMO IGUAL OU SUPERIOR AO AISI 304 CONHECIDO COMO INOX ALIMENTÍCIO (exatamente para não oxidar -enferrujar-, pois há inox que enferruja). Faça um teste rápido na qualidade do seu Aço Inox, chegue perto de um ímã e, caso haja imantação, o aço inox é inferior ao AISI 304, numa linguagem resumida e simples.

Os assentos e encosto também necessitam ser higienizáveis porém, não há necessidade de serem de inox, muito pelo contrário. O aço inox não atende à exigência do conforto térmico daí ser usado apenas onde outras exigências indicarem.

Precisam ser INJETADOS EM POLIURETANO, PORÉM COM ACABAMENTO INTEGRAL SKIN isto é, após a injeção, há um revestimento formando uma pele integral tornando a peça completamente impermeável e resistente a materiais de limpeza. Isso serve para os assentos dos bancos assim como para os assentos e encostos das cadeiras. Há sempre uma grande confusão quanto à obrigatoriedade do uso de aço inox relativa às exigências sanitárias.

* a obrigatoriedade sanitária menciona a necessidade de Aço Inox AISI 304 apenas onde há contato com o alimento.

Os pés das cadeiras das áreas limpas podem ser fixos ou com rodízios. Os fixos podem ser injetados em Nylon sem componente de aço carbono ou em inox AISI 304. Os rodízios devem ser do tipo industrial e fabricados com inox AISI 304, com ou sem freio. A maioria das cadeiras dita altas ou caixa devem ter pés fixos a fim dar mais segurança ao usuário.

Como complementação às cadeiras, temos a necessidade dos apoios para os pés que, evidentemente, deverão ser adaptados conforme a necessidade do posto de trabalho. Na NR17 é mencionado a obrigatoriedade de apoio para os pés sendo que esse apoio inclusive, pode ser feito por barras de apoio, daí também podermos optar por apoios em aros e mesmo nos modelos JHS (placa acoplada ao aro). De forma geral, não aconselhamos o uso dos aros, a não ser que tenham a placa para apoio (JHS). O uso apenas do aro sugere compressão das coxas e o ângulo formado pelos eixos da coxa e das pernas vai se situar em valor menor que 90 graus, totalmente contra os princípios básicos de Ergonomia. Conclusão, para cada posto é necessário que se analise muito bem a necessidade do colaborador e o que será mais adaptável possível. Vejam bem, quanto ao uso de aros de cadeiras altas, por exemplo, no Anexo I da NR17 relativo às adequações para segurança de profissionais de Checkouts, é mencionado que o apoio para os pé deve ser separado da cadeira, o que exclui a possibilidade do uso do aro ou mesmo do JHS. Para todos os casos, sugerimos que se solicite o LTN – Laudo Técnico Normativo que é um laudo onde o profissional capacitado e habilitado fará uma “declaração” informando se aquele posto está adequado às exigências de todas as Normas às quais o determinado posto está sujeito.

Outra dificuldade é a adaptação Ergonômica. Pela dificuldade de materiais altamente higienizáveis e pela necessidade, muitas vezes, de controle microbiológico, as escolhas dos materiais fica bastante reduzida, principalmente se não houver um entendimento inicial das partes de engenharia, arquitetura e a consultoria referente à especificação das necessidades da classificação.

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