Postos de trabalho na manutenção ferroviária

Hoje vamos falar sobre a difícil atividade em postos de trabalho na manutenção ferroviária.

O Brasil aumenta, apesar de tardiamente, de maneira importante, sua rede ferroviária.
Locomotivas de última geração – vagões transportando minérios e agora as gôndolas double -deck aumentando a produtividade e logística!
Trens não podem parar e operam dia e noite! Logística difícil!
A manutenção do material rodante é pesada e exige muita habilidade, muita solda, muito peso!
A manutenção permanente é realizada, em boa parte, sob os vagões e locomotivas. Isto é embaixo do carros!
O trabalho de soldagem exige posições e postura difíceis e uma boa parte exige ao soldador, posições quase deitadas e / ou acima dos ombros, no caso de trabalho em pé em valetas.
Como avaliar e adequar a ergonomia nessa ou nessas situações?
Há muito pouco estudo ergonômico para estações de trabalho de soldagem – montagem – sob material rodante!
Há muito pouco ou nada em estudos em valas ou valetas, estreitas, onde o trabalhador permanece de pé e aciona seus braços / ombros em posições que comprometem o sistema musculoesquelético!
O protocolo ergonômico pede: “Deve-se evitar o trabalho com os braços / mãos acima dos ombros “
Ora o vagão está estático sobre a valeta! Como adequar a ergonomia ?
Soldadores com várias alturas ou medidas antropométricas como queiram !
E , há falta de mão de obra qualificada ! E assim muitos trabalham com pouco treinamento!
Outro dia fui chamado a avaliar postos de solda em uma indústria pesada de construção de chassis de caminhões e implementos agrícolas !
O ritmo é direto – dois ou três turnos e essa indústria tinha um déficit de 200 soldadores!
O soldador trabalho em ambiente com pouca visibilidade ! Ambiente comprometido . As Máscaras de proteção de última geração são até refrigeradas – mochilas que impedem o soldador apoiar suas costas no espaldar de um banco ou cadeira comum !
Para esse desafio projetamos bancos e ou cadeiras com um encosto customizado para dar espaço a mochila .
E os postos com alturas super baixas ?
Para trabalho sob vagões – locomotivas , projetamos bancos semi deitados com regulagem de altura e regulagem de ângulo e até com apoia braço .
Tudo isso deve ser customizado e projetado para cada posto de trabalho específico!
Valetas : Como projetar um assento que “ corra “ em guia dentro da vala ou valeta ?
E, ainda , tudo isso para regime heavy duty – regime continuo com respingos e material quente !
Solução : Forrar com tecidos e espumas ante flam e a base de kvekar e cerâmica altamente resistentes ao fogo !
Tudo isso exige um diálogo estreito entre a produção , a segurança do trabalho – ergonomia da empresa e os Engenheiros mecânicos projetistas e ergonomia da empresa que construirá esses assentos ou dispositivos !
Não há margem para aventureiros que simplesmente copiam de sites ou alhures produtos de catálogo !
É preciso competência – responsabilidade técnica !

Importante ressaltar que estudos dessa magnitude exigem testes e ajustes !
Imagine executar uma cadeira tipo banco semi deitada regulável que deslize ou corra em um trilho chumbado às paredes internas de uma valeta sob um vagão !
O importante é que os responsáveis pelo SSHT da empresa ( nomes variam ) façam suas previsões orçamentárias com a devida antecedência e as justifiquem para custear esses serviços e principalmente os produtos !
Pois, sem esse particular vamos ouvir da alta diretoria – quando se pede para adquirir etc: “Esta previsto no orçamento? Há verba ?“
Outro aspecto relacionado a esses custos. Ouço muitos colegas sobre a dificuldade em se destinar verbas orçamentárias para adequação ergonômica ! “ Diretoria acha que é luxo e …não aprovam “ – sempre ouço !
Cabe ao mesmo setor , ao prevencionar e aprovisionar verbas , justifica-las com critérios técnicos !
É perfeitamente possível se prever cenários com probabilidades diversas com e sem adequação ergonômica ! E não me refiro apenas a possíveis penalidades impostas pela autoridade ocupacional sobre da unidade ! Pode-se perfeitamente se estudar e ou cotejar cenários “ com e sem ergonomia versus aumento da produtividade e eficácia , claro com percentagens de probalidade !
Trabalhador com conforto, sem dores musculares , aumenta sua jornada saudável de trabalho !
Erram menos !
Se ausentam menos !
E assim todos ganham : O trabalhador ( e sindicatos ) , a empresa ( aumentam os lucros ) e o país ( menos custos da previdência e afins ) !
A empresa quando garbosamente declara suas principais metas e compromissos – em seus sites e nas paredes caras da recepção – , precisa pensar mais seriamente nas adequações ergonômicas! Vale a pena e dá Lucro! Mas é preciso alguém dizer a alta direção !

Abaixo alguns artigos onde você encontra exemplos,  vídeos de nossa experiência e um artigo muito interessante sobre manutenção ferroviária.

Osny Telles Orselli
Eng mecânico projetista
Eng de Segurança do Trabalho
Ergonomista

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