Ergonomia, arquitetura decoração – dá para unir esforços?
Esse foi um artigo que surgiu em uma conversa com nossa arquiteta, Vivien Anselmo que em breve fará outro artigo focado da Arquitetura Ergonômica.
Muitos escritórios, home office e até residências ou lounges como empresas, consultórios médicos, clínicas, supermercados, lojas, hospitais nos perguntam e me questionam sobre os mais diversos assuntos relacionados ao bem estar das pessoas que por ali vão circular bem como os funcionários, sobre além do cumprimento das leis ocupacionais, dos famosos problemas de dor na coluna, LER, Legislação trabalhista, indenizações etc., podemos ter algo bonito, novo, super decorado.
Como conciliar os conceitos de ergonomia com a arquitetura – decoração modernas, de grande estilo?
Claro que pode e deve!
ERGONOMIA
Ergonomia hoje em dia não pode ser mais esquecida, pois é uma fonte de aumento da produtividade e no mundo competitivo de hoje
Antes de tudo, uma definição que gosto muito sobre o que é Ergonomia:
1987 Wisner
Um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência.
Para nós, resumindo – ERGONOMIA É A CIÊNCIA DO CONFORTO.
*** NO TRABALHO, EM CASA E NO LAZER, TODOS NECESSITAM DESSE CONFORTO PARA SUA QUALIDADE DE VIDA…
A Ergonomia é estruturada a partir dos conhecimentos científicos sobre o ser humano, isto é, sobre suas características psicofisiológicas para, a partir deles, conceber equipamentos ou modificá-los e não o contrário, aplicar o conhecimento em máquinas para depois procurar a pessoa certa.
O caráter multidisciplinar da ergonomia nos fascina: Anatomia, fisiologia, biomecânica(postura), antropometria, psicologia, engenharia, desenho industrial, informática, administração.
ARQUITETURA E DECORAÇÃO
Não adianta nada comprar ou trocar mobiliário, implementar acessórios e ou produtos ergonômicos ou afins sem antes proceder a uma análise.
Várias vezes nos deparando vendo o usuário torto, com os pés flutuando no ar, com uma cadeira caríssima e você pergunta para ele porque ele não usa pelo menos uma das aquelas 3 ou 4 alavancas? Ela responde: Nem sei para que servem! Ninguém me disse nada!
Além de ensinar a tirar o máximo proveito de um novo (ou velho) mobiliário, DO PROJETO ARQUITETÔNICO é necessário se pensar como as pessoas que por ali vão transitar terão boa postura, locais para pausas, regular as alturas das cadeiras, assentos, bancadas, balcões e ou mesas.
Um aspecto que passa despercebido pelos responsáveis é sobre os aspectos multidisciplinar da ergonomia:
A iluminação, o ruído, a ventilação, a temperatura, a umidade são fatores importantes que a ergonomia pode e deve ajudar.
Por exemplo, o aspecto ruído, um estudo recente americano mostra no gráfico como o ruído pode afetar a produtividade do ambiente.
Apenas para informação, trazemos algumas informações e estatísticas dos grupos de trabalho que participamos nos EUA. (NSC – National Safety Council . HFES – Human Facctors and Ergonomics Society e ASSE – The American Society of Safety Engineers)
Nos EUA onde a Ergonomia é entendida como investimento e não como custo, as estatísticas mostram:
– 80% a 90% da população MUNDIAL vai sofrer algum tipo de lesão na coluna durante suas vidas.
-Nos locais de trabalho, um a cada três empregados experimenta algum tipo de problemas nas costas ou coluna.
– Na média, cada empresa norte americana gasta mais de US$120.000,00/ ocorrência com essas lesões.
– De acordo com o Departamento de Estatística do Trabalho dos EUA, 31 milhões de americanos sofrem de lesões na coluna relativas ao trabalho, e essas lesões representam cerca de 33% de todas as reclamações de indenizações trabalhistas.
– Nos Estados Unidos, são gastos 20 a 30 bilhões de dólares por ano em tratamento médico, associados à lesão da coluna e 40 a 60 bilhões de dólares em horas de trabalho perdidas, incapacidade e cuidados com crianças.
– Lesão da Coluna é a mais cara e é também a lesão do trabalho mais freqüente nos Estados Unidos atualmente.
Vamos alguns exemplos práticos que podemos juntar a boa ergonomia com a boa arquitetura e decoração:
Balcões de recepção, atendimento.
Qual a altura ideal para os balcões?
Os clientes vão ser atendidos de pé ou sentados?
Temos que analisar o conforto do cliente que passará poucos minutos nesse lugar e o conforto do associado que vai passar horas diante dos clientes.
Para estes, é importante projetar as bancadas com espaço suficiente sob o balcão para que a cadeira ou banco se aproxime ao máximo da superfície de trabalho.
Nada de gavetas ou acessórios sob as bancadas, pelo menos diante do funcionário.
Diante da definição do atendimento, vamos às cadeiras, suportes para adequar a altura dos monitores, teclado e mouse.
Simples, mas se deve atentar para que o ergonomista possa assessorar o arquiteto.
outras necessidades:
Mesas e cadeiras para o restaurante ou bar.
Vocês já repararam que como usuário de algum restaurante, vocês já perceberam que há lugares onde a gente senta mais confortável para comer?
E outras onde a gente percebe que a mesa está muito alta?
E as cadeiras? Algumas são muito ruins em termos de desconforto.
E olhe que não estou falando de custo. Uma cadeira barata e talvez feia pode ser super confortável e vice versa.
Claro que depois vem o aspecto de durabilidade, higiene, etc. Já pensou que seus clientes podem ser mais baixinhos e mais altinhos?
Que tal termos mesas e cadeiras para a faixa extrema de alturas?
E o peso?
Hoje em dia a Lei de acessibilidade dentre outras exigências, adota e recomenda assentos para obesos.
Os assentos, poltronas e afins para os clientes em lounges e dentro dos apartamentos devem ser estudados de maneira especial.
Não basta uma poltrona, um sofá bonito.
Ele deve ser confortável.
Idem as cadeiras hoje em dia quase obrigatórias nos quartos para que os clientes possam trabalhar usar seu notebook
Por que não adotar cadeiras ergonômicas iguais às adquiridas para seu pessoal de escritório e que atendam realmente a NR 17?
E por que não oferecer aos seus clientes nos quartos um suporte de note book para seu conforto?
E cuidado com as alturas e espaço sob os balcões dos quartos da mesma maneira que abordados acima.
Não se esqueçam de seus espaços cyber. Devem ser ergonômicos.
A Lei da acessibilidade, Lei Federal deve ser cuidadosamente estudada e aplicada nos projetos novos e adequações e mais uma vez a ergonomia se alia a arquitetura a fim de atender a Lei, porem com um projeto elegante, bonito e funcional.
Mesas e ou suportes de altura regulável manuais ou elétricas hoje em dia não são mais um luxo.
Mesas pequenas para o cliente usá-las de pé ou sentado é um must que deve ser analisado.
Seu custo x beneficio é muito interessante.
Elas podem ser adotadas em muitos ambientes. Desde para postos de acesso a espaços cyber como outros.
Cozinha e copa
Super importante adotar a NR 17.
Além da cumprir a Lei, seus funcionários vão poder trabalhar com mais conforto e eficiência.
Balcões, mesas,cadeiras, apoio apra os pés, etc. são totalmente construídas de acordo com a NR 17 em materiais que atendam às Normas da ANVISA em Aço INOX AISI 304 – alimentício ou injetadas em poliuretano lavável e higienizável com álcool isopropílico, hipoclorito de sódio e detergentes.
outros mobiliários:
Completando:
Osny Telles Orselli
Nov 2019