PROBLEMAS MUSCULOESQUELÉTICOS NÃO SURGEM POR ACASO

Por Emily Sobral  –   http://goo.gl/F2FPdR

Já escrevi na semana passada, que uma pessoa pode contrair uma patologia osteomuscular por conta da falta de ergonomia em qualquer atividade cotidiana da vida. Porém, ocorre que o trabalho é que registra o problema como ergonômico. Tanto que se criou o termo DORT, de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, tão conhecido e relacionado as LER, Lesões por Esforços Repetitivos. E como o próximo domingo (28 de fevereiro) é dedicado ao Dia Mundial de Combate à LER/DORT, volto ao tema.

Muito bem: acontece que a incidência de LER/DORT de membros superiores aumentou dramaticamente ao longo das últimas décadas em todo mundo. Os profissionais do campo da saúde do trabalhador e, em especial, os ergonomistas, utilizam a análise ergonômica do trabalho (AET), como ferramenta para solucionar problemas originados de atividades executadas indevidamente. Segundo Onsy Telles Orselli, engenheiro mecânico e de segurança do trabalho e professor de ergonomia, foi com a revolução industrial que o problema entre os trabalhadores aumentou e, outra revolução, a virtual (diga-se, plataformas digitais), veio colaborar para o aumento dos distúrbios em todo o mundo.

“A AET é uma análise multidisciplinar, em que os engenheiros medem as alavancas, os esforços e os resultados pontuais. Os médicos e os fisioterapeutas conhecem as condições físicas humanas. Juntos, resolvemos como prevenir e dimensionar cada tipo de trabalho, em cada tipo de atividade”, explica.

Ele conta que já executou uma AET voltada às atividades de cabines de praça de pedágio em rodovias. Por meio da aplicação de questionários holísticos, o cliente tomou conhecimento de um risco aos quais os trabalhadores nas cabines de pedágio estavam expostos, que é o assédio moral e sexual.  Isso estava gerando problemas de estresse, os quais acumulados a outros, pode desencadear uma patologia muscular. “Alguns especialistas norte americanos utilizam o termo ‘traumas cumulativos’, que são a somatória de problemas no trabalho e fora dele, que desencadeiam o processo”.

Segundo ele, as análises ainda são feitas baseadas em modelos engessados para diminuir os custos, que se resumem nas medidas dos assentos e alguns esforços mecânicos. “Mas a coisa é mais complexa, e cada análise deve ser aplicada e estudada para cada função, empresa, região geográfica, modelo de comportamento e normas internas da empresa. Sempre estudamos o perfil do cliente e sua filosofia, até para dar uma palestra de ergonomia numa Semana Interna de Prevenção de Acidentes. O problema pode piorar ao invés de melhorar se não tivermos o devido cuidado”, explica. Para ele, tudo precisa ser bem planejado, para incluir a conscientização dos empregados, as medidas corretivas e sua manutenção. “Lembro-me de uma empresa que nos contratou para a AET em todo o escritório e esqueceu-se de avisar aos funcionários que pessoas iriam fazer perguntas e questionários, alguns delicados”, conta.

Para Orselli, o principal fator de risco ainda para LER/DORT é o grau de imobilismo. “Há tarefas muito estáticas, principalmente nos escritórios, que são os casos mais complicados para se descobrir as origens dos primeiros sintomas nos trabalhadores. Antigamente, a pessoa datilografava e tirava o papel da máquina, levantava-se e ia arquivar em uma pasta suspensa montada em um arquivo de aço. Hoje, basta apertar um botão. Por isso, a ‘Ginástica do Gato’ é um sucesso na mídia. E é gratuita. E funciona”, assegura.

Para finalizar, o ergonomista dá um recado: “Muitos adquirem a melhor cadeira de escritório, compram até um apoio de pés, colocam bordas arredondadas nas mesas ou bancadas e esquecem que a melhor posição para a cadeira é proporcioná-la além da altura correta, a aproximação do usuário à sua tarefa. Quanto mais afastada, mais você estica os braços, e braços esticados pelo princípio da alavanca causam esforços. Mas, ao se aproximar a cadeira do seu posto de trabalho, eis que abaixo da mesa, há gavetas, armários, travessas ao nível do piso que não deixam a base da cadeira giratória se aproximar da bancada. E isso não é feito por economia, como é o caso de compra de cadeira de péssima qualidade. É tudo por falta de conhecimento!”.

mais uma reportagem e muito interessante e improtante

Parabéns Emily / parabéns engenheiro Osny!

Conhecam a GINÁSTICA DO GATO – ajuda bastante!

Mais uma vez, nosso engenheiro na midia!

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